Imagine uma estrela morta, congelada no tempo, vagando pelo espaço — com um núcleo do tamanho de um planeta feito de carbono cristalizado. Parece cena de ficção científica, mas é realidade astronômica. Estamos falando de Lucy, a anã branca BPM 37093, também conhecida como o maior diamante do universo.
☄️ O que é Lucy?
Lucy é o que sobra de uma estrela que um dia foi parecida com o nosso Sol. Depois de queimar todo o seu combustível, ela colapsou, jogou suas camadas externas para o espaço e ficou apenas com um núcleo ultra denso: uma bola compacta do tamanho da Terra, mas com 1,1 vezes a massa do Sol. E o detalhe que faz ela brilhar no panteão dos objetos cósmicos? Seu coração é um cristal gigante — um diamante espacial.
Ela está localizada a cerca de 50 anos-luz da Terra, na constelação de Centauro, e é do tipo “anã branca pulsante” – ou seja, ela vibra como se tivesse uma batida própria.
💠 Um diamante com 10³⁴ quilates?
Sim. Você leu certo. Cientistas descobriram que o núcleo de Lucy é composto em grande parte por carbono cristalizado, o mesmo material do qual os diamantes terrestres são feitos. Mas em vez de alguns quilates, estamos falando de um colosso cósmico com 10 bilhões de trilhões de trilhões de quilates. É como se o universo tivesse deixado uma joia escondida nas profundezas do espaço.
Essas estruturas se formam quando anãs brancas esfriaaaam beeem lentamente ao longo de bilhões de anos. O calor vai embora, e o carbono interno começa a cristalizar — como uma escultura congelada pelo tempo cósmico.
🔬 Como a ciência descobriu isso?
Usando uma técnica chamada astrosismologia (sim, como um ultrassom estelar), cientistas ouviram as pulsações da estrela. Cada vibração dizia algo sobre o que há por dentro. Quando os dados foram analisados, bingo: a assinatura de um núcleo sólido cristalizado estava lá, brilhando (literalmente) nos números.
Lucy se tornou a primeira evidência direta de que o núcleo de anãs brancas pode se transformar em um imenso cristal de carbono. É como se os astrônomos tivessem decifrado um segredo que as estrelas guardavam há bilhões de anos.
🔭 Por que isso importa?
Porque Lucy ajuda a medir o tempo do universo. Anãs brancas são como relógios cósmicos: ao entender como elas esfriam, podemos calcular a idade de estrelas, de aglomerados e até da própria galáxia. E Lucy mostra que esse processo pode levar mais tempo do que pensávamos, já que o processo de cristalização retarda o resfriamento.

Fonte: Spacebetween
Além disso, mais de 97% das estrelas terminarão como anãs brancas. Isso inclui o nosso Sol. Ou seja: o destino do Sol é se tornar um diamante. E Lucy está lá no céu, mostrando o trailer do que vem pela frente.
Dados Astronômicos Principais
Propriedade | Valor Estimado |
---|---|
Distância da Terra | ~50 anos-luz (≈15,3 parsecs) |
Constelação | Centaurus (Centauro) |
Designações | V886 Centauri (designação de variável);BPM 37093;GJ 2095 |
Tipo Espectral | DA (atmosfera de hidrogênio); variável pulsante ZZ Ceti (DAV) |
Massa | ≈1,1 M☉ (1,10–1,16 massas solares) |
Raio | ≈4 000 km (∼0,0058 R☉, cerca de 0,6 R🜨) |
Temperatura efetiva | ~11 600 K |
Luminosidade | ~5×10−4 L☉ (muito baixa) |
Idade (resfriamento) | da ordem de bilhões de anos (suficiente para cristalizar o núcleo) |
Estrela progenitora | Semelhante ao Sol (estrela de sequência principal de ~1–3 M☉) |
🎸 Lucy in the Sky with… Diamonds?
A cereja do bolo? O nome Lucy foi inspirado na icônica música dos Beatles: “Lucy in the Sky with Diamonds”. Um toque poético e genial para uma das descobertas mais fascinantes da astronomia moderna.
A música falava de psicodelia e sonhos. A ciência, de estrelas mortas e cristais gigantes. Mas no final, ambas estão falando de algo que brilha no céu e alimenta nossa imaginação.
Lucy não é só uma anã branca. É um lembrete de que o cosmos guarda belezas escondidas nos lugares mais inesperados. E que mesmo depois da morte, uma estrela pode continuar brilhando — como um diamante eterno no infinito.
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